
[descrição da imagem: alguns bolsistas do PIBID-Filosofia andam pelos degraus teatro de arena do colégio]
nunca se sabe de antemão como alguém vai aprender – que amores tornam alguém bom em Latim, por meio de que encontros se é filósofo, em que dicionários se aprende a pensar (...). não há método para encontrar tesouros nem para aprender, mas um violento adestramento, uma cultura ou uma paideia que percorre inteiramente todo o indivíduo (um albino em que nasce o ato de sentir na sensibilidade, um afásico em que nasce a fala na linguagem, um acéfalo em que nasce pensar no pensamento).
Deleuze. diferença e repetição, 1988, p. 270

[descrição da imagem: participantes PIBID-Filosofia no teatro de arena do colégio]
após anos de ostracismo, os cursos de graduação em filosofia no Brasil retornam, timidamente, à baila das discussões educacionais. a inserção obrigatória dessa disciplina, juntamente com outra renegada, a sociologia, agora mobiliza departamentos e programas institucionais que, teoricamente, se preocupam em garantir tanto uma melhor formação para os licenciandos e licenciandas, quanto em produzir parâmetros para seu o ensino na educação básica brasileira.
também estou neste labirinto. a graduação em filosofia, pela UFBA, e principalmente a participação no PIBID, me alimentam inquietações sobre a necessidade de se fazer um estudo sistemático nas práticas pedagógicas alternativas para o ensino de filosofia. mas, como fazer isso? está aí o maior desafio. é evidente que precisamos nos fortalecer enquanto profissionais de educação, cientes da nossa função social, dos significados e implicações da nossa forma de atuar no mundo. o reconhecimento dessa instância a que nos habilitamos, nesse sentido, vinculados a reflexão das pesquisas pedagógicas devem ser nossos aliados no processo de construção de definições tanto do que somos quanto do que pretendemos com a nossa prática educativa. agora e depois.
como plano de trabalho de bolsista do PIBID, pensei justamente na possibilidade de criação de mecanismos internos ao grupo de reflexão e estudo da prática docente em filosofia, em todos os seus aspectos: diagnóstico do público, planejamento, escolha dos conteúdos, processo ensino-aprendizagem, recursos didáticos, avaliação. diante disso, delimitei duas dimensões de interesse principal nessa jornada: uma de estudo-análise interna como um grupo de estudos dialógico daí o querer leituras, diálogos, investigações; outra externa, envolvendo a atuação direta com o os outros sujeitos do processo educativo: os educandos, que precisam ser ouvidos e considerados se se quer um ensino conectado com a linguagem deles.
como já disse em mensagem na lista de discussão entre os pibidian@s: estou muito feliz por participar de um grupo tão animado e coerente. enfrentaremos um desafio enorme, o caráter pioneiro desse trabalho também é algo bem marcante. é uma senhora responsabilidade. daí a necessidade de se pensar sempre na perspectiva do JUNTOS.
até.