...fronteiras, símbolos, rascunhos, convergências e discursos do processo educativo em filosofia


territórios

uma aventura reluz no horizonte: vivenciar a complexidade da prática pedagógica em filosofia no ensino médio. de meu só carrego sonhos; o restante dos sobrecódigos - mapas, palavras alheias e estranhezas - são coletivamente demarcadas. adiante no caminho, as possibilidades do acontecimento da construção dialógica do saber, os discursos tensionados dos sujeitos desse processo, leituras, estudo, discussões, criações, aprendizados, todos os desafios coexistentes que atravessam e caracterizam as facetas do itinerário de fuga a que me aventuro: cartografar a experiência do ensino-aprendizado em filosofia.

domingo, 30 de maio de 2010

abertura e entrecruzamento


[descrição da imagem: alguns bolsistas do PIBID-Filosofia andam pelos degraus teatro de arena do colégio]

nunca se sabe de antemão como alguém vai aprender – que amores tornam alguém bom em Latim, por meio de que encontros se é filósofo, em que dicionários se aprende a pensar (...). não há método para encontrar tesouros nem para aprender, mas um violento adestramento, uma cultura ou uma paideia que percorre inteiramente todo o indivíduo (um albino em que nasce o ato de sentir na sensibilidade, um afásico em que nasce a fala na linguagem, um acéfalo em que nasce pensar no pensamento).

Deleuze. diferença e repetição, 1988, p. 270



[descrição da imagem: participantes PIBID-Filosofia no teatro de arena do colégio]

após anos de ostracismo, os cursos de graduação em filosofia no Brasil retornam, timidamente, à baila das discussões educacionais. a inserção obrigatória dessa disciplina, juntamente com outra renegada, a sociologia, agora mobiliza departamentos e programas institucionais que, teoricamente, se preocupam em garantir tanto uma melhor formação para os licenciandos e licenciandas, quanto em produzir parâmetros para seu o ensino na educação básica brasileira.

também estou neste labirinto. a graduação em filosofia, pela UFBA, e principalmente a participação no PIBID, me alimentam inquietações sobre a necessidade de se fazer um estudo sistemático nas práticas pedagógicas alternativas para o ensino de filosofia. mas, como fazer isso? está aí o maior desafio. é evidente que precisamos nos fortalecer enquanto profissionais de educação, cientes da nossa função social, dos significados e implicações da nossa forma de atuar no mundo. o reconhecimento dessa instância a que nos habilitamos, nesse sentido, vinculados a reflexão das pesquisas pedagógicas devem ser nossos aliados no processo de construção de definições tanto do que somos quanto do que pretendemos com a nossa prática educativa. agora e depois.

como plano de trabalho de bolsista do PIBID, pensei justamente na possibilidade de criação de mecanismos internos ao grupo de reflexão e estudo da prática docente em filosofia, em todos os seus aspectos: diagnóstico do público, planejamento, escolha dos conteúdos, processo ensino-aprendizagem, recursos didáticos, avaliação. diante disso, delimitei duas dimensões de interesse principal nessa jornada: uma de estudo-análise interna como um grupo de estudos dialógico daí o querer leituras, diálogos, investigações; outra externa, envolvendo a atuação direta com o os outros sujeitos do processo educativo: os educandos, que precisam ser ouvidos e considerados se se quer um ensino conectado com a linguagem deles.

como já disse em mensagem na lista de discussão entre os pibidian@s: estou muito feliz por participar de um grupo tão animado e coerente. enfrentaremos um desafio enorme, o caráter pioneiro desse trabalho também é algo bem marcante. é uma senhora responsabilidade. daí a necessidade de se pensar sempre na perspectiva do JUNTOS.

até.